Friday, July 21, 2006

Voo Libertino


Lisboa, June 2006

Pombo citadino que nas ruas vives
alimentado entre milho e pão molhado,
Pombo que caminhas com a mensagem,
Pombo que circulas sem nome,
Pombo que és pombo...
Uns de ti se aproxinam e te admiram...
Outros de ti fogem com vergonha, talvez medo, fobia, não sei...
Voas, voas e continuas ainda a voar...
Sem rumo, sem mensagem,...
Pisas a água no calor da tarde quente,
Molhas o bico e caminhas por ai...
Nessa cidade mágica de luz,
Nesse paraíso que escolheste viver...
Voas com liberdade, com segurança, com fantasia...
De mil cores és pombo, és pássaro que voa!

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Naquela noite de brisas tépidas atirou-se do beiral... Voou até ao Terreiro do Paço e daí seguiu ao longo da costa rumo ao Norte. À medida que avançava sentia as brisas mornas dissiparem-se para darem lugar aos ventos fortes... frios... Continuou. O vento, cada vez mais frio, cada vez mais forte, tolhe-lhe as asas. Ele não tem medo. Não tem medo das gaivotas que o atacam. Não teme as falésias escuras ou o ruído estrondoso das ondas que se desfazem contra as escarpas. Não teme a noite escura. E voa. Voa insistentemente. Ao fundo avista a costa de Inglaterra. E voa. E voa. Sobrevoa a ilha e penetra nas negras florestas. Nada conhece. Ninguém o ajuda. Ninguém o guia. Apenas segue o bater do teu coração. Segue na certeza de que chegará. Porque acredita no caminho. Exausto, no limite das forças, continua. Foi uma noite escura. Noite fria. Noite de medos. Uma noite de apelos. Chamaste-o. Ele foi. E chegou. Porque ouviu o bater do teu coração.

1:52 pm  

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