Wednesday, August 23, 2006

De que (lhe) Servia...

Naquele dia nada mais havia a dizer. Tudo tinha ficado corrompido! As palavras trocadas ofereciam uma sensação de total desabrigo, de sonho sem vontade de se realizar. Morria com aquele diálogo qualquer sentimento de ir além, de se levantar de manhã e dizer olá ao dia. Afinal o dia já não era mais que uma escuridão nocturna que nada oferecia... apenas aquela lembrança que escorria rude no vento do ser honesto, sincero, maduro, doce... De que lhe servia isso nesse momento? Agora apenas encontrava aquela recordação de palavras frias, amargas, de paladar azedo, com vontade de expressar um vómito e a seguir reencontrar a esperança do ser quem era,... e dos outros, aqueles outros... saberem quem ele realmente era... de que lhe servia ser assim,... se o mundo à volta não o entendia? Se calhar, talvez, até fosse dele o defeito de culpa, talvez na realidade ele não conseguisse expôr a sua essência pura, o seu ser âmago interior, a conduta simples e desnuda de maldade, dirigida numa complexa personalidade de vida, aquela que define cada um dos seres... Mas essa nínguem poderia trocar, apenas contruir mudanças... lenta, lentamente... Tinham ficado no seu pensamento aquelas palavras, aqueles dizeres que destruiram uma ligação segura, estável, de harmonia... E apenas simples palavras teriam sido expelidas e inundado o seu escutar... E agora de que lhe servia...

7 Comments:

Blogger Luís said...

"de que lhe servia ser assim,... se o mundo à volta não o entendia?"

Vive para ti. Não para o mundo que te rodeia. Quem te quizer conhecer destaca-se da "massa" do mundo à volta....

12:19 pm  
Blogger Maria P. said...

Concordo com o Luís.

Boa expressão escrita.
Bjos.

9:18 pm  
Blogger Ana said...

Quando nada mais há a dizer... que fazer?

1:22 am  
Blogger sem-comentarios said...

Existem palavras que nos ferem mais, que qualquer outra coisa :)

Os teus textos deveriam de ser publicados em papel :)

Bj`*

11:48 am  
Blogger Diafragma said...

Há um ditado persa que diz qualquer coisa como:
"Há 3 coisas que nunca voltam para trás: a seta que sai do arco, a pedra atirada com a mão, e a palavra que sai da boca."

3:00 pm  
Blogger Pé de Salsa said...

Também é verdade que certas palavras nunca deviam ser pronunciadas. Depois disso...não há mais retorno!

Belo texto.

9:49 pm  
Blogger Paulo said...

Obrigado pelo seu comentário e a visão sobre a "guerra (s)".
As guerras não são simplesmente o produto de desenvolvimento, não têm somente como causa o desentendimento das nações.Muito menos, as guerras, são originadas apenas por factores de ordem económica e política. Quando as nações se entregam à luta, quando os povos se chocam em guerra, há factores de toda aquela natureza e há factores de ordem social muito diferentes dos que aparentemente nos justificam os conflitos internacionais.
Daí, naturalmente, a explicação dada pelos povos litigantes de se baterem, embora em campos opostos, pelo BEM da HUMANIDADE, pelo FUTURO da HUMANIDADE. Foi sempre assim, mas, para exemplificar do que afirmo, basta enquadrar a nossa observação na guerra de 1914 e na começada em 1939.
A primeira foi classificada de luta pelo Direito e pela Justiça. A segunda foi classificada de luta por uma Nova Ordem, da qual surja maior felicidade para os povos. E a verdade é que dum lado e do outro as palavras se confudiram na mesma intenção de modificar o actual, de preparar o futuro. Quase nos convencemos de que a felicidade dos povos está dependente de conflitos nos quais as nações se chocam, se aniquilam riquezas s se desfazem gerações.
Tudo mentira!!!!
O que há, de facto, são forças secretas que governam os povos e promovem a guerra...a saber, a titulo de exemplo: Maçonaria, religião - o espírito judeu domina a maçonaria e imprime-lhe esse ódio anti-cristão -
Bem...o comentário já vai demasiado longo...mas tanta coisa falta dizer sobre a motivação das guerras que vou ficar por aqui.
Abraço
Paulo

11:29 pm  

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