Saturday, May 17, 2008

Em Brisa Fresca Alimentavam...


Escorria a brisa fresca naquela tarde de nuvens interrompidas... deixava-se levar de leve pelo sombrio escorrer do dia... o pensamento, de sua razao em sentimento... E num insolito movimento enusitado, o vento parava o tempo! Permanecia insoluvel no coagir de borboletas do campo, permancia nua a semente da primavera escondida. Talvez fosse mesmo ela assim! Talvez se revelasse timida no seu reagir! Escorria a brisa fresca... E no silencio leve se insurgia o velho da lua temperada, emergia seu varao de espuma dissipada, sua vida em ventos acorada... como que dirigindo o tempo, nesse ser seu alimento de venturas e vontades... E em seu condimento se levaria, em luas e sois envelhecia...Naquele tempo, nada ou pouco se iluminava, ambicoes pobres ou sem magia, que talvez hoje no correr da alvorada, de uma praca, de uma vida desajeitada... ja nao sinta no conforto, supermagia, ja nao sumo vacila em sintonia... sem razao se dissipam forcas inalteradas.... escorre-se como correndo, dirige-se como sofrendo, sem dar conta ou sua razao sentir, apenas se age sem confirmacao... Aguas correntes que a brisa fresca alimentavam, nuas e leves em verdentes insurgidos anunciados.. em brisa fresca, em brisa fresca alimentavam...

Wednesday, October 10, 2007

"Castanhos, amarelos, vermelhos..."

No limite da sensibilidade escorre atenta e indelével a sensação do poetizar permanente,
a angustia irresistível que seca os poros do humano insensato, e apenas uma asa escorre ligeira no segmento transparente da metáfora ambígua que aflora em supramos lençóis de água na lembrança do outrora.... Saboreio a entoação das palavras rudes no proliferar dos campos de girasóis onde atenta se deixa dirigir a voz de uma razão incontestável, a voz de uma epopeia de mil sentidos, que se deixam encontrar em esquinas ou escadas de caracol. Tu vagueias tão perto e tão longe, deixas-te apenas guiar por um sorriso abraçado nas palmas do vento, em corolários ouvidos no escutar daquele amanhecer onde castanhos, amarelos, vermelhos se encontram, se misturam... gemem o Outono do tempo... E tu, com lágrimas secas esboças suave teu sorriso, encantas ligeira a sensação corrente..., esse teu sentido abstracto de cultivar a magia em cada instante, a emoção libertada na planície desse vale tão grande, secreto, nesse Outono ligeiro... correcto...!

Monday, September 10, 2007

Ambulante Caminhar

esvaziou-se o passado ancorado em antigos espaços da memória
uma pequena caixa de música esquecida acordava a noite
cintilava arrependido o segmento metafórico dos sonhos
melancolia, desespero, lágrimas...

arrastavam-se complacentes por um movimento da madrugada...

e Tu estavas longe....
deixavas-te guiar pelo sopro do beijo no calor da noite...
ou simplesmente pelo arrepio do vazio imaculado...

as estrelas submergiam como plataformas de luz...

e Tu...
interagias com o inoculo som do silêncio entristecido...
mas sorrias!

aquecia-se na minh'alma a sensação da tua existência...

não interessava onde...,
apenas sabia que o meu interior estava agora preenchido por esse calor
essa magia que crescia no declamar do poema...
ou simplesmente do som do piano...ao fundo...

aquele irresistível sentir.de Amor..., Amor, Amor....

Wednesday, May 16, 2007

Liberdade


gaivota, originally uploaded by portuguesethinker.

Rasgo assentido o céu inteiro
Removo difracções em teu olhar
Incito o desassossego garimpeiro...
E liberto...
Liberto tu’alma insípida,
Anuída em ímpetos interiores,
Dilacerada, ferida, desmentida...
De acumulados delírios presentes...
E por mais liberto...
Liberto asas em pomba branca
Em migratório seu voo assegurado...
rebeldia em som cadente,
persistente, persistente...
Grito a Liberdade em sol menor
E se ainda assim...
o cristalino e transparente respirar ligeiro
que se alimenta na pele áspera dos dias
em assentidos e inócuos devaneios...
E se ainda assim...
O tempo persistir em alcançar
Eu liberto seguro o desassossego
Eu alimento atento a liberdade!

Sunday, March 18, 2007

Cidade Nua

ruas vazias
Cidade nua...
despida de vida,
lavada no vento
corre o tempo
a cada momento

ruas vazias
cidade nua...
despida, lavada
...no preconceito
brisa que escorre
suave
ligeira
encalhada
envolta
em silêncios arrependidos
em espaços perdidos

ruas vazias
cidade nua...
despida de gente
encruzilhas,
desafios,
em luzes envolta,
revolta,
secreta,
discreta

ruas vazias
cidade nua...
despida sem vida,
cidade nua...
vazia, perdida
cidade nua...
sem gente vencida!

Tuesday, March 06, 2007

Solidão


Brecon Mountain, Wales, originally uploaded by portuguesethinker.

Espalham memórias do tempo vividas esses olhos de rugas carregadas, de tormentas sentidas, de ventos que passam... correu a vida, foi-se embora a esperança! O medo já não existe! A dor....essa é vassala dos dias... já não sei o que é viver sem ela.... não consigo esconder as lágrimas, os olhos transpiram saudades e amargura expressas neste vazio que me consome, neste espaço que é a vida mas na qual já não reconheço qualquer sentido, qualquer missão encalhada... sinto as veias a ceder neste quente calor eterno que de dentro minh' alma um dia respirou.... Mudam-se tempos, mudam-se vontades.... outro dia queria viver, saltar a cerca da pradaria, alegre, feliz.... não conhecendo a diferença entre noite e dia seguia, seguia até ser dia.... sentia o brilho secreto transportado, incerto, em cada instrumento razão desse sonho de amar, amar, e amar cada pedaço de céu.... Hoje vivo a solidão apodrecida, já ninguém se lembra de mim.... Hoje vivo as memórias que lágrimas espalho no vento... E tu meu Senhor, onde estas, tu que és minha esperança de fé, meu rosário de orações.... não me abandones aqui perdida neste mar do norte em sensações desagradas,.... Senhor tem compaixão por mim,...Dá-me a paz... E as gotas de chuva cristalina escorriam naquele olhar tão doce que a vida abandonou....

Este é um olhar sobre todos aqueles que velhos nos acompanham, é um olhar para nunca os deixarmos sós, sós em esperança, sós em alegria e emoções, sós em carinho, em presença... Um dia seremos também assim e não quereremos decerto viver a solidão à espera da morte certa... Um sorriso pode mover mil corações, deixemos a noss’alma encher os corações de emoções guardadas de cada um dos idosos que nos acompanham esta caminhada....

Caia...


Brecon Mountains, originally uploaded by portuguesethinker.

Caia a última folha que preenchia serena a copa daquela árvore despida pelo vento e pelo frio que o Inverno deixava acontecer... Caia húmida a madrugada levada por gotas de orvalho inconsistente, por sôfregos mantos de gelo que se permitiam em camadas que de finas se tornariam rapidamente espessas... Caia no olhar a lua intransmissível completa de uma natureza pura, secreta, adormecida... Caia por ela transparente, cheia, completa, em apoteose brilhante de mil cores escondidas atrás daquele escuro desafio... Em caminhares conducentes sentia as pernas desafiarem aquele todo indescritível sentido selvagem que ao sabor de suaves passos andantes se deixava aperceber... E caia, caia como o rastejar estonteante de uma serpente que se deixa seguir rápida, alucinantemente, eram águas em queda livre, que jorravam esperanças de milénios de natureza livre, pura e casta, expressas em cascatas naturais..., algumas escondidas , outras reveladas permitiam o receber de um manifesto no longínquo vibrar de olhos que brilham perante o seu idóneo e cristalino secreto correr..., como uma chuva de massacre que se irrompe através de um céu negro de tempestade.... E caia, caia, sem mais nem ver, início ou fim, daquele manto que apenas desafiava o salto de garimpe que seguro, sem medos, a coragem na ordem da palavra fazia conduzir o caminhante....caiam agora instrumentos que daquele espaço jorravam histórias de um tempo que nas memórias passadas habitavam as estradas longínquas de outros tempos levados para longe...., o seu ali existir perante um concentrar que nos mantras alimentou seu confiante viver, seu ser, sua esperança inquieta, adormecida, caida...

Wednesday, February 28, 2007

Gally Bird


Leeds Castle, originally uploaded by portuguesethinker.

Pássaro celeste, azul que rejubila em céu cinzento, aura branca a cada sentir a lua antagonista em teu véu... Sim, fada! Sim..... cresces ancorada, em teus trajes servente, mas eu voo, eu voo pelos ares.... ribeiros e altares deste mágico reinado celeste.... sempre com fulgor, com chama, com esplendor... E tu..., Oh fada mágica! Onde te escondes? Porque te deixas agoniar com tremenda dor? Porque não deixas que a magia da minha cor te lembre o escutar manso e calmo, voador, deste pássaro sereia que valseia, que valseia... em cortinas de arco íris, em planícies animadas te deixa seguro alimentar teu futuro....nestes mantos secretos onde tu, oh fada, um dia te deixaste adormecer.... Hoje, cheguei, vim de longe, de muito longe... e em tua janela me quero poisar, desse longo voo dormitar, deixa-me que te entregue esta energia da magia que serena te traz a alegria a sorte e a bonança.... como um sinal da tua eterna lembrança...