Olhares que se cruzam, Olhares que se afastam
Mais um dia! Agora nada mais seria como antes! Tudo mudava naquela manhã, tudo se afastava de um passado sem marcas para se fixar num lume presente que se impunha ao fundo do céu. Eram soldados desconhecidos que caminhavam num mesmo sentido, eram pessoas que olhavam com vergonha o olhar ingénuo, disntante do outro que teimavam em abraçar, pessoas que caminhavam, davam passos, escutavam..., uma satisfação em si vivida, um pautar inseguro, indefinido, conturbado pelo tempo, registado a cada instante momento... Era assim aquele olhar o desconhecido... Perante o céu em chamas em cada um ardia no seu âmago uma liberdade conquistada, alinhada ao presente, futuro... em cada um, dentro de si se rompia uma excitação, momento de magia... Pessoas, pessoas, pessoas, seriam aquelas pessoas que habitariam o mesmo espaço comum durante pelo menos um ano, um ano que sozinhas se fariam acompanhadas pelos outros, um ano de solidões vencidas, um ano de esperanças interrompidas, um ano de dizeres acertados e errados. Seria um ano! Talvez mais que isso, mas pelo menos um!
Era assim a partir daquele dia. Quebrava'se agora o vazio, as horas de silêncio oco, de desespero de acompanhar a solidão do negro escuro para sentir esse agora calor existente, presente em pessoas, em pessoas resistente..... E ao fundo daquele céu olhares que cruzam, olhares que se afastam... Uma pauta de caminhos, de ondas e lugares....olhares que se cruzam, olhares que se afastam....