Thursday, June 22, 2006

Inocência e Magia...ao Vento ou à Ventania...

Um dia perguntei ao vento: - Quem és tu, que me fazes mexer sem eu querer, que me baloiças no ar, forte, frio... quem és tu? Mas o vento não me respondeu, e eu fiquei triste com o vento. O vento apenas me mexeu, como se alguém me fizesse cósegas, movimento, sobre movimento... Estava forte nesse dia, quase que chamava ventania... Será que teria que perguntar à ventania e não ao vento?, pensei eu. Bem, vou experimentar..., quem és tu ventania?, sim tu que me mexes e me fazes sentir frio, que fazes o ar entrar e entrar dentro de mim... que me dificultas a respiração quando estou no alto de um monte... quem tu és? Esperei a resposta da ventania, mas também ela não me respondeu, e pronto, eu fiquei ainda mais triste... e fui andando... andando... andando... ao vento e à ventania, uma vez era o vento outra a ventania que me mexia, mexia... E nesse andar gelado, no movimento do vento, nesse tempo... não esquecia o que tinha perguntado... e perturbado..., naquele enigma concentrado... pensei para mim... como poderia eu querer conhecer quem era o vento que provocava aquele tormento, a ventania que tanto me mexia... se eu, eu que sou um peregrino da vida... eu próprio, eu mesmo, não sabia quem era...
A cada dia, a cada momento ou circustância,... cada ano que passa... surge uma mensagem, uma resposta insconsciente e presistente que a nossa consciência absorve. Cada um desses sinais acontece quando nos desprendemos de fazer perguntas, mas escutamos o nosso interior, alimentamos a nossa alma de inteligência e sabor... o vento é um movimento, a ventania uma sinfonia do vento... Para conhecer-mos o outro, ou aquilo, ou isto, em profundidade, teremos antes que nos conhecer a nós mesmos. Quando eu era criança vivia livre de emoção, desprendido ao vento... como um pássaro que voa, como um viajante que sonha... Se hoje, adulto, conseguir-mos transpor o tempo e viver a vida no caminho do sonho, com magia, fantasia, e nesse rumo de fumo reconhecer quem somos, o que somos e o que fazemos aqui, ali... Estamos caminhando seguros, com um coração cheio do mundo... construindo um caminho feliz...

Wednesday, June 21, 2006

Ao Olhar o Céu...

Fez-se noite! Teria sido um dia normal aquele que agora terminava, mas a cada olhar que traçava sobre o céu sentia que aquele azul seria diferente do de outros dias.... O meu olhar não se desviava um minuto das transformações do dia em noite, do céu claro em escuro... Um azul, sem nuvéns, que brilhava.... brilhava... As estrelas faziam apenas um jogo fantástico de cores... mas era o azul que me obesecava perante aquela miragem do céu... cada instante se tornava mais escuro mas era realmente belo... E quando percebi que já não estava a ver o azul mas apenas um negro escuro, muito escuro... nesse momento era a lua... a luz acesa da noite... as estrelas cintilavam como candeeiros de rua... assinalavam o céu como um espaço percorrível... longínquo no olhar... mas realmente belo... E assim admirei um espaço etéreo num tempo vivo, assim me perdi pelo espaço livre... E nesse instante senti-me a caminhar por outro chão que não seria este aqui... por uma qualquer dimensão que tem o espaço e o tempo do sonho... num luar que se enche, num dia que se esconde... que se esconde mas não se apaga...
E se cada dia dos nossos dias pararmos... se cada um desses dias respirarmos e olharmos..., comtemplarmos o belo, o natural, o etéreo... Nesse dia estaremos a viajar... a percorrer o sonho que é a vida, no abraço daquilo que em harmonia nos diz bom dia!

Sunday, June 18, 2006

Sombra

Bedford, Março 2006

Recordas o tempo, relembras a ilusão... Representas o espelho da razão,... Uma imagem, uma reflecção... uma sombra que nos assombra perante o deserto incerto ou o tempo passado... Olho o espelho de água, como um olhar para o que fomos, o que vivemos, o que outrora aconteceu... um reflexo simbolico de um passado ausente... Espelho de água... reflectes a pureza no instante de tempo que misticamente nos evocas o mistério.... Mas perante um espelho onde a árvore se confundem com a miragem e onde o céu e a água não se destinguem... vive-se uma visão dobrada, secreta, obscura, triste... sombra do tempo..., sombra de alento... és o sofrimento, cinzenta, preta, opaca circunstâncial... Sombra ao vento... sombra fermento... que intensificas o que vejo..., que marcas de etereo essa miragem, esse mistério...

Por uma sociedade melhor

Ás vezes torna-se difícil começar a descrever situações, momentos, vidas,... enfim... E tudo isto acontece porque os pensamentos se cruzam e se difundem numa atmosfera tão larga quanto inconsciente... O sentir a vida em cada instante apela-nos a reconhecer o que transforma o tempo em vento, as emoções em angústia, os sorrisos em lágrimas... E neste ciclo sentimos uma evolução no momento em que a coragem e a determinação, apenas estas, nos fazem encarar tudo o que se nos opõe. Não é fácil lutar contra o sistema..., lutar contra os lobbies sociais, políticos, económicos... contra o poder maçonárico, contra uma organização injusta e de credibilidade nula ou potréfica... Mas quando se na vida nos subjulgam ou nos afrontam, a nossa personalidade e a nossa resistência são testadas... E ai as hipóteses são limitadas... O caminho fácil é o segundo o qual não resistimos e o medo de responder ou transformar, a fragilidade do nosso "eu", a má preparação educacional para esta sociedade que emerge, a insegurança.. simplesmente a incapacidade para dizer Não! leva-os a juntarem-se ao grande grupo e nele proliferam, sem força, sem ambição, sem sonhos,... comanados pelo vento desse tempo que é este agora... Ao caminho díficil poderei apontar duas alternativas... Bem... Quem não se acomoda a este sistema que destrói diariamente tudo, mas que diarimanete também cresce na sociedade, nesta do Hoje em que vivemos,... ou resiste ou é derrotado. Confesso que a minha consciência me faz ver a dificuldade de resistir... E este caminho é assim porque o sistema assim funciona, e a nossa preparação condiciona até onde conseguimos ir... Esta preparação é aquela que a na vida trabalhamos... a base psicológica, e a base intelectual... sem resistência fortes nestes dois campos o sistema absorve-nos... E perante isto nascem as depressões, o estago de esgotamento, a instabilidade emocional, a falta de coragem e determinação, o desespero... e a morte dos sonhos... Perante isto o indivíduo perde tudo e desacredita-se de tudo... vive numa sociedade injusta, numa sociedade absorvente, que explora, que sunjuga, que destrói diariamente a tranquilidade.... a vida... a segunda hipótese que exponho é a da vitória trabalhada... mas esta vitória, não julgue o leitor, não se trata de uma vitória absoluta, mas antes de uma vitória pontual.... um caminho de desgaste do sistema corrupto e sem valores... mas nesse caminho o "eu" mesmo resistente enfraqueçe-se, esgota energias, que precisam de ser em simulatâneo repostas... o "eu" perde batalhas, e percebe que perante a inteligência a única arma que a vence não é a razão, não é a justica, porque a justiça e a razão são compradas por esse poder... a vitória é por isso um caminho na luta por uma nova sociedade, onde valores, justiça, e valorização sejam os primeiros vectores do progresso...

Friday, June 16, 2006

Pensamentos...


Os pensamentos escorrem a cada segundo, como uma agitação vivida que nem se sente, a par de outros sentidos, são os pensamentos as palavras que travamos ou escrevemos... são imagens pensadas, são momentos vividos, ou tão somente aventuras por viver, imaginadas, sentidas... os pensamentos são o vazio, o nada que nos fala ou que escutamos no silêncio absorvente, no sono nocturno... pensamentos... a cada momento que agarro palavras, a cada momento que me perco por um deserto ou oceano... sinto os pensamentos como a esperança dos sentidos... ouço o vazio, sinto a agitação do inerte que vive no seu espaço secreto... pensamentos do tempo, pensamentos nostálgicos, pensamentos que são momentos, que se constroem, que se cruzam... pensamentos...

Thursday, June 15, 2006

Só eu sei...


Só eu sei ...
o que preciso para mudar,
só já sei o que senti…
por ti esperei... por ti vivi...
Mas com o tempo construo outro momento...
que me afasta desse tempo...
Alento seguro o pensamento,
que cresce..., respira..., alivia...

Renasce dentro de mim.

Só hoje sei o que senti,
a nostalgia das palavras,
sentidas e badaladas...
a melâncolia das noites
em que não dormi...
Cresceu em mim um outro ser...
acordado nem ler consegui...
e corri.... corri...
pelas ruas da armagura... da solidão...
pelos caminhos da censura... da razão...
segui as estrelas, segui o céu
E perante esse brilho na escuridão
vivi acordado de emoção....

Só no sonho alcancei longe o meu momento...
aqule que vivi...
num passado longuínquo,
que nem a vida me recorda...
Só no sonho encontrei aquilo que senti...
aquilo que esperei
mas nao consegui....

E num sol claro e celeste...
num horizonte qualquer mergulhei
sem querer... enloqueci....
E sem força adormeci...

No Caminho de Santiago


E tu... continuas o caminho...
Esse caminho de pedras e curvas,
Montanhas e vales...

Traçaste-o no destino,
Rompeste uma estrada...
E caminhas sem um Norte certo...
Caminhas pela esperança...
Na defesa dos teus sentidos...

Abraças a lua da noite,
A chuva do dia sem sol...
E caminhas...Caminhas por ai...

Os pés já não os sentes...
As pernas idolúveis...
Mas essa confiança te ilumina o horizonte...
E caminhas .... caminhas pelo monte....

Hoje já deixaste para trás a tua vida...
Hoje já sentiste o poder de caminhar...
Agora andas sem dores...
Agora sentes apenas os odores...
Libertas nos poros aquilo que sentes...
Escutas a natureza...
Escutas o coração...
E caminhas... caminhas de emoção...

Um caminho de paz...
Um caminho de Amor...
Unido numa fé tua...
Presenguindo um instinto que vive ....
E dentro de ti sobrevive...
E nessas pedras descalças....
Onde Deus tu abraças..
Caminhas... Caminhas e não te embaraças...

E a cada passo que deixas para trás
Sentes como as gentes
que no caminho encontrastes...
que a beleza da vida
é a sinfonia do tempo
que a descoberta de cada momento
é a alegoria do sentimento
que a distância
não é a amargura
nem tão menos a secura
mas apenas a procura...
à procura do reencontro
num caminho que caminhas...
num distino que encontras...

E agora que estás ai...
E agora que na lua nos encontrá-mos...
E no tempo nos cruzamos...
O espaço, este espaço, é nosso
No Caminho de Santiago.

Wednesday, June 14, 2006

O Presente

Há um presente que olha para nós,
quando secamos o olhar dum passado…
quando as palavras já não fazem sentido,
quando a esperança se esgota nas águas do rio,
seguindo uma corrente difícil de parar…
Há um presente que ainda existe…
Há um presente que nos alimenta a força
e nos faz parar…
Há um presente, este presente,
que nos mostra a cor do negro anterior…
num branco luminoso, brilhante, seguro.

Monday, June 12, 2006

Por uma vontade de mudança...

Hoje à conversa com alguém que me é muito especial, deixei-me seduzir pelas palavras e escoei as emoções como que vivendo o sofrimento alheio... No mundo quotidiano passamos os dias olhando demais para os outros e escutando pouco o nosso coração... vemo-nos debruçados em comparações constantes com os outros, ... os outros.... os outros... e deixo a pergunta, e nós? onde está o nosso eu?.... Esqueçemo-nos que somos únicos... Não reconhecemos nem agradeçemos as dádivas da vida e procuramos...procuramos sem cesar... desejamos anciosamente encontrar... E perante essa procura ou espera desesperante, acomodamo-nos a situações, seduzimos a obecessão,... Vemos uma imagem que nos atrai e debruçamo-nos perante ela sem que sejamos correspondidos, percenbendo a fustração e a inquietação do instante, mas não nos movendo desse olhar que abraçamos e destruindo a esperança e a capacidade de olhar o mundo a volta, nos hipnotisamos perante a agonia... Perdemos a realidade num sonho de amargura... Fechamos os olhos ao amor e as portas do coração apenas por uma chave que não entra na fechadura... Inconforma-nos... E lutamos demais pelo impossível... Mais, somos corajosos nos caminhos infelizes mas falta-nos a coragem de nos desafiar-mos na felicidade e na mudança... Esqueçemos que viver não termina quando um momento feliz nos surge, não preseguindo as coincidências, mas seguindo o caminho do nevoeiro... sem vermos, ouvirmos, sentirmos as palavras do coração... a força da vida... Pois é... Perante tudo isto, neste caminhar sem Norte ou sem Sul, já não sabemos quem somos, de onde viemos e para onde vamos... Perante tudo isto perdemos os aliçerces que estruturam a vida e actuamos num palco que já não condiz com o nosso... Para viver, é preciso construir a felicidade, dia após dia, é preciso não nos sentarmos na primeira alegria... É preciso renovar e recriar um espaço dentro de nós para os outros... para outros... não nos deixarmos acomodar aos amigos de sempre, um dia estes estarão longe e nós estaremos sozinhos, e necessário conhecer outros, desbravar o horizonte caminhando... sem apagar-mos da memória tudo o que passou, especialmente arrumando os momentos infelizes e consagrando os felizes,... A comparação é o primeiro erro para o desafio, é como não ter auto-estima, e sentir que a confiança se esgotou... O amor acontece, não se procura, não se espera, não se deseja, surge como a chuva nos dias cinzentos ou o calor dos dias de sol... surge como a energia mágica imposta por uma lua que se encheu... Na vida é preciso sonhar... e viver os sonhos com serenidade, sem anciedade... Na vida as escolhas somos nós que as conduzimos, e delas surgem caminhos vários... Sabes que te adoro, por isso, não te deixes seduzir pelo fracasso mas arrisca uma mudança na tua vida, desafia-te... E a felicidade abraçar-te-á!

Sunday, June 11, 2006

Lua Cheia

Cranfield, Junho 2006

E agora a lua, que cresceu... cresceu...

E cheia de cor e magia

Se ergue em apoteose

respirando a agonia...

Dos dias e das noites,

Em que se envolve e se mistura...

Um poder único, virtual e real...

De vibração e energia...

Que mexe com as ondas, que mexe com os seres...

Lua, Lua, lua...

És sentido, és alucinação...

E agora no teu máximo expoente,

Te ergues omnipotente...

E me fazes sonhar...

Sonhar com os dias e com as noites,

Com os momentos vividos pelo sonho...

Me abraças no teu renascimento

Me suscitas ao envolvimento

Um contentamento absoluto neste tempo...

Um movimento do agora...

Desse agora, sempre, que fica e me modifica.

Lua universal...

Lua eloquente...

Lua!

Friday, June 09, 2006

Pôr do sol

Cranfield, Junho 2006

Ao olhar o pôr do sol sinto a nostalgia do dia que passou

vejo ao fundo um fogo intermitente,

uma chama de consumo...

E um céu... Um céu que se transforma...

O azul claro e brilhante é agora um castanho adormecido...

E lá no fundo... O fogo arde forte, redondo, amarelo vivo...

Uma luz que recua a cada instante...

A árvore e o sol,

A luz e a vida,

O ser e o não ser...

Vivo ou inerte...

E escorre o tempo...

Ficando o momento...

Vai o dia e vem a noite,

Derrepente já não é dia...

Agora haverá céu negro,

Ficando apenas uma luz intensa, profunda...

Toma a lua a forma do tempo...

Por uma mensagem de Amor...

E se contasse hoje, a ti que lês, a experiência de revisualizar um filme e nesse momento reencontrar a serenidade e a magia das cores... olhar para ele como um dicionário animado numa tela... desta feita assisti-o sem legendas, no francês original, apenas procurando entender aquelas palavras que outrora teria lido... apenas tentado comtemplar a magia das estrelas que naquele ecran se expuseram pela segunda vez para mim e tantas outras, decerto, para os que abraçaram com o olhar aquela película... Realmente não terão sido muitas as vezes que me aventurei a repetir a visualização de um filme, mas “Les Choristes” foi realmente especial... não o considero o meu filme preferido, mas posso colocá-lo na minha parteleira dos que me recordo com lágrimas de coragem... Realmente é um filme de coragem, um desafio à capacidade de sonhar e reinventar na mente de cada um caminho de união e paz... Mas hoje não pretendo apenas expôr aquilo que vi com o filme, porque esse todos vós ai o poderão procurar numa prateleira qualquer e ver ou rever... poderão observá-lo, escutá-lo, senti-lo... Mas desejo despertar com ousadia o que tem de realmente especial... As regras que se criam, as regras que se cumprem, as regras justas e as injustas, a cobardia e a coragem...Este filme toca com sensibilidade qualquer ser que sinta o que vive... Especialmente aqueles que ainda sonham..., aqueles que não perderam a capacidade de sonhar, da criança que outrora terão sido. E quando, de repente, crianças mal preparadas, abandonadas na vida, encontram alguém que lentamente sobrevivendo às ameaças do grupo consegue penetrar bem fundo dentro do coração destes... consegue recriar com uma sensibilidade e uma inteligência, por vezes invulgar, a capacidade de sonhar,.. apenas usando como ferramenta a música e o amor pelos outros... Soterra a austeridade e eleva a sensibilidade, educando... assim vos deixo esta mensagem de amor...!

Pensamento

Cada circunstância temporal traduz-se num encontro com o pensamento. Constrói os teus próprios pensamentos e chamar-te-ei pensador.

Thursday, June 08, 2006

Por um caminho de Paz...

Um dia sentei-me isolado, num espaço e num tempo em que ninguém me via e eu não via ninguém, apenas todos sentiamos a vibração forte dos cânticos que ecoavam fundo naquele espaço fechado, cânticos simples... cânticos de amor, cânticos de paz,... palavras que se desprendiam e que nos faziam elevar até um ponto de luz que brilhava, brilhava... O som entrava cada vez mais fluente dentro de cada tímpano... e em confluência com outro tímpano vibrava forte... e se propagava... Nesse espaço e nesse tempo que são únicos na história daqueles que ali passam... abriu-se uma janela, e penetrou lentamente uma magia profunda dentro de cada um daqueles corações.... Nesse momento o ser espiritual ter-se-ia apoderado do ser humano... Nesse momento já não eramos serem isolados, mas um único ser, unidos em comunhão pelo amor e pela paz... os olhos brilhavam fechados ou abertos... as lágrimas escorriam... e nós viviamos uma energia intensa.... a entrar.... a entrar.... como um fluxo de sangue divino... como uma raíz da árvore da vida que cresce e se propaga ao longo desta... Taizé... o espaço, um tempo agora vivido... "Tu és fonte de vida, tu és fogo tu és amor,... Vem espírito Santo, vem espírito Santo..." ... e nesse espaço e tempo onde se escuta a fonte de vida e se sente a energia do espírito Santo...em que a diferença se torna igual, na linguagem do amor... Ultrapassa as barreiras da cultura, da religião, da língua, da raça... vivendo-se a energia de Deus... Vivendo-se a tranquilidade da natureza bruta, da água que escorre no rio, da força dos mantras assistidos pela voz de um coro... E, todos os que por ali passam, ficam contagiados por aquela riqueza simples... é impossível ficar indiferente a tal magia... E, encontrar esta magia no mundo... é como encontrar um refúgio e acreditar que a união faz a força.... e acreditar que é possível viver a paz e fazer do mundo um centro de paz.

Nos dias em que te sentires só e a tua capacidade de acreditar num mundo de paz se tenha esgotado, procura este refúgio ou outro qualquer... Mas vive a vida sempre com amor no coração... vive a paz dia a dia, como o alimento do teu coração e das tuas relações... só assim viverás melhor.

Wednesday, June 07, 2006

Procura e espera: Um caminho...?

A procura e a espera são dois caminhos que convergem para um ponto comum, o ponto de desgaste da mente. Activam o desespero, e vão destruindo a capacidade de sonhar, de confiar, ou simplesmente de acreditar. Mais, quando se procura ou se anseia por encontrar vertiginosamente alguma coisa que a mente constrói como essencial à vida, as energias esgotam-se no interior do organismo. Talvez estas sejam das acções mais desgastantes a actuar no ser vivo. Um corpo fraco em energia não é um corpo saudável mas um corpo frágil, susceptível... Portanto, é um corpo exposto a influências do ambiente, a parasitas..., a tudo o que de negativo pode penetrar dentro de um ser e o destruir... Tratando-se de uma visão controversa, analisar o fenómeno da procura e da espera permite-me conscientemente prever que, no limite, este fenómeno é fundamentalmente destrutivo para o equilíbrio mental, mas também poderá ter implicações na saúde do organismo.

Tudo o que acontece na vida deve ser considerado como um exercício ou um teste comportamental para nos abrir os olhos e reorientar no caminho que traçamos. Nesse caminho surgem decisões a tomar, somos nós que fazemos as nossas escolhas. É preciso manter sempre o corpo em equlíbrio com a mente, eliminar a ansiedade, e as perturbações associdadas às carências que se nos apresentam, de modo a superar os factores de consumo da nossa energia, e em paralelo preparar o corpo para receber energias renovadas.

Tuesday, June 06, 2006

Fechando os Olhos...

Fechando os olhos eu vejo o infinito e perante esse círculo de luz que se abre para lá do que os olhos vêem... eu sinto..., eu pressinto..., eu vivo esse momento a cada suspiro..., respiro... E esse instante é como o alcançar de um estado seguro, ... é talvez como abraçar um contentamento singular... A luz que os olhos não vêem. Mas eu vejo nesse interior... Uma visão processada com a mente... Uma mesma visão que ocupa a mente durante os sonhos nocturnos... ou talvez outra... porque estes são sonhos ou imagens que se abraçam num estado acordado... apenas os olhos não vêem... porque o penetrar da mente com o fechar dos olhos é deslumbrante, autêntico, único... E nesse estado, aqui e agora, eu deixo-me fixar num ponto apenas... olhar para dentro de mim... situando-me nesse espaço longínquo... De repente, sinto-me a navegar num oceano de imagens confusas, ou tão reais, que me custa realmente continuar... mas a cada segundo que avanço o meu corpo está mais dentro desse espaço infinito e a magia circunstancial que se sente é diferente de todas as outras... faz-me sentir relaxado... auxilia-me a prosseguir... faz-me descontrair... E... Aqui e agora... eu adormeço... o corpo aquece e se evapora como que alcançando as nuvéns do céu... E assim, entro dentro dos meus sonhos para os viver... Metabolizo as toxinas internas e encho-me de uma energia renovada... vital... e sigo a caminhada... Agora, que desperto... sinto-me leve... sereno... em harmonia com este espaço aberto que me viu entrar dentro do meu "eu"... que me escoltou e me ofereceu esta renovada energia de luz... interagi com esta natureza núa..., tão imensa... esta minha natureza... mmmmm.... que bom!
Alcançar um estado de hipnose não é mais do que este sentimento de fechar os olhos e entrar dentro do nosso "eu", do nosso ego. Esta sensação pode ser atravessada com mecanismos diversos e a profundidade do que se vive nesse momento depende da nossa tranquilidade, da nossa capacidade de mergulhar... algo que se constrói com o tempo, com o exercício da mente... Experimentar esta sensação é como crescer para dentro, encontrando a harmonia que se esgota com o movimento de progresso e com a vida confusa e sem planos que diariamente atravessamos na socidade actual. A música, os mantras, um foco vocal... ou simplesmente o espaço ou o tempo auxiliam neste caminhar...

Monday, June 05, 2006

O Medo

Um arrepio fez-me estremecer no instante de tempo em que uma luz se acendeu naquele espaço escuro. Tentei encontrar a luz com o olhar, mas nesse momento percebi que tudo continuava escuro... Teria sido apenas uma miragem circunstancial? Uma ilusão? Afinal não se tratava de uma luz permanente, ela apenas luzia intermitente, como uma estrela que se esconde ao passar das nuvens... Esse luzir ocasional conduzia-me para um tempo novo, dar-me-ia uma segurança incondicional... Até esse momento parecia que estava perdido, sentia medo do que não via, sentia um frio interno, uma energia negativa que não parava de me consumir..., e perante isso a ansiedade se revelava e me conduzia por entre um caminho de sensações difíceis de descrever.... Agora aquela luz far-me-ia sentir mais confiante, mas todavia desconfiado,... Uma luz que se ancendia e apagava... uma luz intermitente... Donde viria? Para onde iria?... Seria alguém? Seria magia? Não encontrei qualquer resposta... Mas continuei a andar, passo a passo, a tentar atravessar aquele chão de cascalho irregular... lentamente... Parecia que a sensação de medo não desapericia, embora agora estivesse aliviada... por uma luz... Onde iria eu...? Donde vinha eu...? ... De repente escorreguei... E caí... Caía num buraco negro... ainda mais negro... sem fundo... sem fundo... o meu corpo não se segurava mais... Nesse momento dei um salto e acordei assustado.... Tudo não tinha passado de um sonho... acordava agora desse pesadelo gelado... arrepiado... o suor escorria-me pela face...

O poder dos sonhos e das sensações imaginadas consegue ser tão ou mais forte como aquelas que se vivem. Às vezes nos sonhos cruzam-nos pesadelos, medos... O que é afinal o medo? Onde começa e onde termina a sensação de medo? O medo... Realmente o medo por vezes consegue controlar as nossas sensações e os nossos sentimentos, e nesse instante deixamos de viver, passando a ser controlados por pesos do inconsciente... Só se consegue vencer o medo, com a reacção ao que nos sufoca, agindo... criando dentro de nós mecanismos de auto-defesa, confiança...

Friday, June 02, 2006

Pensamento


As fronteiras do teu caminho és tu que as constróis.

Desafiando


Desafiando as palavras eu ando ao vento
E ao vento encontro a sinfonia do tempo
Do tempo que passa e nao volta,
Do tempo que ouço o rouxinol
Desse tempo de zumbidos...
Onde a primavera me cumprimenta

Desafiando as palavras eu agora me sento
E sentado me encontro ao relento
Um relento verde, azul, amarelo...,
Um relento onde me concentro
Esse relento de movimento...
Onde Deus me concede a paz

Agora já não desafio as palavras
Apenas apenas escuto o coração
Olho para o tempo...
Para construir outro tempo...
Nesse tempo a Primavera existe
Nesse tempo a Paz será conquistada

Mas neste tempo, aqui e agora...
Apenas um caminho é desafio...
Apenas desvendo uma existência...
Apenas procuro essa essência...
O Amor no coração!

Thursday, June 01, 2006

Um olhar...

Olhei para o lado e queria ver o mar, um oceano profundo qualquer ... um rio... Queria ver aquele Tejo imenso por uma das janelas da Lisboa, cidade luminiosa e bela, que tantos momentos me lembra... momentos tão fortes, tão especiais... Olhei em toda a volta... procurei por esquinas e travessas... mas nada... o mar não aparecia... Mas nesse momento em que a procura se instalou dentro de mim em redor de um mar que não existia ao meu redor, de um rio que não estava aqui... Lembrei..., recordei..., senti... Senti que recordar é viver... A vida é feita de recordações, de momentos felizes que nos marcam, de acontecimentos tristes que nos sufocam... No pensamento estava agora Lisboa... a cidade das gentes, das colinas e dos vales... uma cidade brilhante e azul... E os pensamentos deambulavam entre aqueles tantos locais onde cruzei as vistas do rio azul... com tanta gente... tanta gente tão especial... O Castelo... A Graça... O Chiado... A Bica... Onde estão? Como estão?... E vocês que comigo se cruzaram... continuo a olhar por todo o lado mas não encontro vestígios desse mundo... Mas acredito que um dia o irei reencontrar...
O olhar longuínquo que se produz no pensamento é como um olhar sobre o passado,... e recordar! Hoje, recordei tantos momentos, com um simples olhar.... Mas esse olhar pode ser ainda mais longuínquo.... Basta que todos os dias façamos esse exercício...E como é bom olhar para trás e ver aquela criança que nós fomos... e sonhar... e sonhar...

Pensamento


A saudade é positiva... reforça os sentimentos reais... e destrói irreais.