Tuesday, November 14, 2006

Caminhando... Em Silêncio

O silêncio deixava-se corromper. Talvez se tornasse forçado, sem um motivo que justificasse a sua continuidade, mas perante essa manifestação surda do tempo que passava, dias transpiravam uma esperança de reencontrar a vida anterior. Será que seria consentâneo esse caminho com o atravessar dessas lágrimas escondidas que nas noites se deixavam fortemente balançar como uma cascata viva? Não sabia o que dizer! Parece que as palavras teriam outrora se esgotado, ou então, apenas não sabia mais como proferilas. O Outono de cores tinha chegado, mesmo que não se sentisse perante os que viviam sem olhar consistente. Naquela manhã respirava-se uma humidade fresca, talvez fruto de uma atmosfera que quem não vê apenas a considera, sem nela conseguir mergulhar em pleno. Era mágica aquela nebelina de nuvéns por entre as quais rompiamos o caminho. E deixamo-nos caminhar, seguros dos nossos passos, como uma mensagem ao abrigo dos que não o atingem ou mesmo como um processo simples de alcançar a natureza pura, sem olhar ao lado e ver o cimento, sentir o peso do smog que dia a dia nos consome em ar respirado.... (continua)