Tuesday, October 17, 2006

Atrás do pano...


Cambridge originally uploaded by portuguesethinker.

Escondes secreta a magia que de cores em cores nos permites essa harmonia respirar , são sentidos, emoção, sensação que vivo um sincero seguro contentar. Atrás do pano ergues brilhante o verde que chora nas águas do rio... desafio a tua sombra e nela me recolho num abraço que secreto se diz insistir num dizer que discreto se absorve em mistério e paz... sigo sereno as tuas águas que calmas me transportam pelos tempos... caminho nesse verde que no azul se diz esquecer... caminho por elas em caracol.... curvas e virolas.... Atrás do pano cá dentro olho para fora... desafio o olhar como se um filme me fizzesse recuar... como uma tela que no tempo parou ... Atrás do pano, por detrás de uma cortina de vidro que se expõe em contemplação inerte perante um todo infinito por desbravar...

Wednesday, October 11, 2006

Seguiam Para Longe...

Seguiam para longe... Os dias do assalto interior que em jeito de mudança espreitavam de mansinho... Seguiam para longe... como um dissipar de uma herança que carregada num mercado de sentidos sem expressão, numa alma interrompida, num contentar inseguro ou numa nostalgia plena de sinais sem cor que se sustentavam no armário da loja pequena que nos dias de chuva sabia bem encontrar.... Hoje fugiam daquela melâncolia que arrasava a mente, sobresaltava o herói e invocava o frágil sentido do moscarro que vareja a janela entre piedosa missão de um entrar ou sair... Talvez seja ele afinal um sintomático sabor da luta que se encerra em si mesma. Seguiam para longe... aqueles dias que de turbilhão em turbilhão se faziam ver como flocos de neve que espelham na tela do pateo de fora um branco momento... que de queda em queda, de libertade sentida em liberdade vivida, escorriam.... uma exposição que no clássico se transpõe de luz em luz, sem norte sentido...
A madrugada pedia mais tempo, mas esse era furto instante, que se evacuava para noutro se encontrar, ou... se associava a um simples respirar, seguro por vezes, outras, na maioria, sem seguro, inseguro se establecia, fresco que em nocturno invocava a um aquecer interior... Seguiam.... longe já se encontravam aqueles dias agora... apenas seguiam em ditôngos vagos, interrompidos por dois ou três outros, que de passo em passo corriam em encontros, desencontros, locais, pessoas.... Seguiam....

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Monday, October 02, 2006

Por um Viver em Comunhão....


Taizé, originally uploaded by portuguesethinker.

"Sozinho não podes fazer muita coisa em favor do outro."

Ainda que sozinho encontres o poder da oração, ainda que nesse silêncio escutes o teu interior, também sozinho encontras a solidão, a amargura, um fechar que não abraça nem encontra, mas apenas invoca ao desespero e à fustração, à irritabilidade e sensação de vazio infinitamente imensurável.

"Mas em comunidade [...] abre-se aquela passagem que conduz da aridez até à criação em comum."

Em comunidade consagra-se um olhar de magia perante o outro, um encontro de sentidos, um abraço de motivos que em si são fermento da emoção, da sensibilidade e da ternura que os olhos nos fazem ver, um sorriso que nos transporta para dentro, num caminho de paz que se exterioriza a cada instante momento, na expressão do ser enquanto ser.

"E quando uma comunidade é fermento de reconciliação nesta comunhão [...], o impossível torna-se possível."

A impossibilidade de transportar o outro que vive num mundo escuro e sem linhas de condão, surge nesse momento, onde em comunhão um ser forte abraça um ser desprotegido e o leva consigo até ao patamar da compaixão, até ao universo da bondade, um começar de novo que se ergue no conjunto, uma energia que se sente em profundo.

Não sou mais que eu mesmo, nem menos que a minha pessoa! Tocaram-me as palavras, expus as minhas reflexões em cada uma das três frases componentes desta oração/ pensamento proferidas pelo Irmão Roger. São palavras simples, com uma
profundidade indescritível, e uma sensibilidade que nos eleva no saciar de uma necessidade comum, a paz no coração na comunhão dos seres. Mas se retirarmos algumas palavras aos seus pensamentos, se desligarmos a ligação da doutrina, como fiz com os espaços entre [...] verifica-se que mesmo assim o pensamento não morre mas se eleva, transporta-nos para uma dimensão tanto maior, um olhar mais abragente que justifica a necessidade da comunhão no mundo e dos povos.

Palavras em itálico retiradas de uma oração do Irmão Roger, transcritas no blog http://ideias-e-ideais.blogspot.com/

Estas palavras fizeram parte de um comentário que fiz no blog referido e das quais, não me sentindo indiferente, senti a necessidade de transpor aqui no meu nicho de pensamentos. Com este post segue endereçado um agradecimento especial á Tânia por mas dar a conhecer , e por através delas me permitir a construção de um pensamento.

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Correntes de Núvens


Odeceixe, originally uploaded by portuguesethinker.

Núvens que chamam o tempo que se arrasta numa lembrança insegura, núvens que nos transportam por uma multidão de esperança.... são núvens que deixam o céu alto e descem até ao rio, são núvens que nos transportam no silêncio, são núvens que nos transpiram a pele seca,... núvens, núvens, núvens... Um paraíso de sentidos elonquecidos, fulminados, esquecidos que escorrem através de um respirar inseguro. Perante o caos das núvens deixamo-nos flutuar entre montes que não se vêem, entre um rio indefinido, numa margem verde, azul.... Perante a transparência desse céu húmido, de uma neblina escurecida, de um palpitar abafado que indefinido teima em abraçar a terra... o corpo adormece...., deixa-se dirigir por uma magia que o engole, deixa-se acompanhar por uma melâncolia de sentidos vazios,... A vida eleva-se, o ser produz-se! E nesse encontro de origens encontra, o ser, dimensões outras que o situam na dimensão da fé e confiança. Hoje o ser esqueceu o que é a religião, a filosofia ou a doutrina,.... Hoje, segue o balanço do tempo..., segue confiante o conhecer da sua dimensão interior, praticando com príncipios um caminho próprio, destinto, seguro... de ensinamentos cruzados, sentidos alimentados, alguns envelhecidos....